Construção do sujeito

24/07/2010 13:45

 

A constituição da subjetividade do sujeito, se dá a partir da relação “saudável”, que se estabelece entre a mãe e o bebê. Concepções estas apresentadas por D. W. Winnicott, referindo-se ao desenvolvimento emocional-afetivo da criança. Tendo como referencial o investimento libidinal no relacionamento dual (mãe-bebê). De acordo, com Winnicott o bebê em seu primeiro ano de vida, apresenta uma relação visceral com a mãe, sendo esta, considerada por ele, como uma extensão do seu próprio corpo, visto que não houve ainda a divisão do “não-eu” e do “eu” do bebê. Assim, ele tem esta mãe o ambiente ao seu redor, como um prolongamento de seu corpo. Tanto esta mãe, quanto este ambiente, devem ser suficientemente bons, para que haja, de fato, neste bebê, uma formação saudável de sua psique. Esta relação materna satisfatória, permite ao bebê entrar no misterioso espaço transitório, que é uma área intermediária de experiências, que não está nem em seu mundo exterior, nem interno à ele, mas sim, em sua capacidade de prolongar a ilusão da presença materna, quando esta se faz ausente, usando-se assim, desta área de ilusão com a finalidade de transferir sua catexia e prolongar um agradável momento anterior.

Entretanto, vale ressaltar que, se esta mãe não for suficientemente boa, não suprindo satisfatoriamente as necessidades do bebê e caso estas “falhas” não forem corrigidas, estabelece-se na relação mãe-bebê, uma espécie de carência, acarretando para ele uma grande ansiedade e, conseqüentemente, há um comprometimento na constituição de sua subjetividade, devido a esta deficiente relação materna. A abordagem psicanalítica faz referência à construção da subjetividade, sendo isto possível na própria dinâmica familiar que permitirá ou não esse processo.

A origem dos quadros de psicose infantil estaria na ocorrência de distorções no relacionamento mãe-bebê. Segundo Margareth Mahler parece haver crianças que devido a uma inerente fragilidade do ego desde o estágio de indiferenciação, tornam-se alienadas do meio ambiente. Essas seriam as crianças com “psicose autística infantil”, em que a mãe parece nunca ter sido percebida pela criança, nem como entidade emocionalmente significativa, nem como representante do não-eu. Nessas crianças, a mãe permaneceria um objeto parcial que não seria distinto dos objetos inanimados. Nos quadros de psicose simbiótica, o contato com a realidade estaria na dependência de um vínculo simbiótico entre mãe e bebê; em que esta não é percebida como distinta do self, mas se confunde com ele.  

 

Fonte: https://gballone.sites.uol.com.br/colab/psicoseinfantil.html